Eu ACUSO…

por Armanda Alves Albergaria

zolaÉmile ZolaFOTO: Google Images – www.culturart.pt – Refª 202003272138

                            O título do artigo de hoje é duma certa maneira uma homenagem a Émile Zola que contra ventos e marés desceu à liça com indómita coragem para defender um inocente injustamente condenado por alta traição o capitão Alfred Dreyfus num julgamento baseado em documentos falsos tendo por base uma mentalidade xenófoba, aliada a um claro Antissemitismo a par dum Nacionalismo militante que inquinavam a Terceira República Francesa. Zola publicou no conceituado jornal “L’Aurore” em treze de Janeiro de 1896 um artigo polémico intitulado “J’Accuse” gerador dum forte movimento de opinião promovido pela nata da intelectualidade francesa apoiando Zola com as prestigiadas assinaturas de Anatole France, George Courteline, Octave Mirbeau, Claude Monet e Marcel Proust.

Séculos passados com novos universos a modelar o “Homem Balizado”, Globalização, Degradação do Meio Ambiente, Inteligência Artificial, Internet e Redes Sociais, Libertação Sexual, Exploração Planetária, etc, a Injustiça e a Iniquidade de mãos dadas campeiam sem freio nem travão que ponham um basta a erros contra a Natureza e a Dignidade do ser humano. Infelizmente a raça dos Zolas não está mais entre nós. Mas abundam as espinhas dobradas, os escândalos políticos impunemente vergonhosos, as roubalheiras dia sim dia sim.

Li Wenliang FOTO www dw ponto com Refª 20200327104852289892303Li WenliangFOTO: Google Images – http://www.dw.com – Refª 20200327104852289892303

                            Eu ACUSO o Governo do Partido Comunista da China pelo assassinato de Li Wenliang cidadão chinês de trinta e quatro anos médico oftalmologista num hospital de Wuhan, capital da província de Hubei, que foi o primeiro clínico a alertar sobre o perigo do aparecimento dum novo coronavírus, um aviso que não só foi ignorado pelas autoridades locais como incompreensivelmente pelo governo central de Pequim. Que logo alguns dias depois ordenou a prisão de Li Wenliang sob o pretexto de andar a espalhar boatos falsos, encarcerando-o incomunicável para poucos dias depois com o habitual conhecido cinismo dos governos totalitários de Esquerda anunciarem a sua morte devida a graves dificuldades respiratórias. Esta notícia imediatamente criticada nas redes sociais chinesas levantou um tsunami de protestos sendo o Partido Comunista Chinês violentamente criticado em mais de um milhão e meio de mensagens pessoais, facto inédito num país onde a Liberdade de Expressão é totalmente amordaçada e nenhumas críticas são permitidas quer contra o Regime quer contra os vis governantes que o servem.

Com a súbita avalanche de problemas decorrentes duma sub-reptícia revolta popular o “Comité Permanente do Politburo” – órgão controlado pelos sete membros que na realidade governam a China – foi obrigado a admitir a existência dum surto do novo coronavírus (agora classificado como COVID-19) anunciando o início de medidas a introduzir no “Sistema Nacional de Gerenciamento de Emergências” após haverem sido constatadas deficiências e dificuldades expostas. Em resposta à epidemia o governo de Xi Jinping perante o início dum surto viral confirmado por trezentas e sessenta e uma mortes e dezassete mil e duzentos infetados em todo o país viu-se obrigado a admitir a existência dum descalabro epidémico de imprevisíveis consequências.

Em paralelo com os dramáticos problemas que já não era possível o governo esconder com a mão de ferro da Censura à Informação houve que anunciar que iria ser fortalecida a supervisão sobre os mercados proibindo e reprimindo severamente o comércio ilegal de animais silvestres e peixes.

Com o descaramento e falta de vergonha já usados e abusados em epidemias anteriores originárias da China deram início a uma campanha de desinformação acusando os Estados Unidos de deliberadamente provocarem uma onda de pânico e de proibição de entrada nos States de passageiros vindos da China. Como complemento desta medida o porta-voz do Ministério do Exterior da China, o camarada Hua Chunying, voltou dias depois a acusar os Estados Unidos “de não fornecerem nenhuma ajuda substancial durante o surto epidémico e pelo contrário terem sido os primeiros a retirar os funcionários do seu consulado em Wuhan, os primeiros a sugerir uma retirada parcial de funcionários da embaixada e os primeiros a anunciar a proibição de entrada em território americano de cidadãos chineses”.

Xi Jinping Google Images www cnn ponto com Ref 202003272125Xi Jinping FOTO: Google Images – www.cnn.com – Refª 202003272348

                            Eu ACUSO o governo comunista chinês regido pela batuta do Camarada Xi Jinping de ser o responsável directo por ter mentido, destruído deliberadamente provas laboratoriais concretas do despoletar dum novo vírus que infectou o Mundo com uma pandemia que inicialmente se espalhou por vinte e quatro países reflexo do tempo precioso perdido com vãs tentativas de empurrar com a barriga e varrer para debaixo do tapete o acumular de mortos e infectados que transformaram uma epidemia numa muito mais grave pandemia cujo fim à vista não se vislumbra com um número de vítimas que ininterruptamente não para de aumentar.

                            Eu ACUSO o Partido Comunista Chinês de esconder e sonegar um estudo independente da Universidade de Southampton onde cientificamente se provava que se tivessem combatido o COVID-19 logo que os oito médicos de Wuhan com Li Wenliang à cabeça o anunciaram poderiam ter sido evitadas noventa e cinco por cento dos óbitos ocorridos durante as quatro semanas em que esconderam da sua população e do Mundo esta imensa tragédia que todos nós sem a mínima culpa estamos agora a pagar. Em relação a Portugal os últimos números divulgados hoje – 31 de Março – via Internet às treze horas e trinta e sete minutos para corrigir dados errados divulgados ontem pela Direcção-Geral de Saúde apontam para 7.443 infectados e 160 mortes no nosso país mantendo-se inalterado o valor de 202 nações atacadas em todo o Mundo pelo COVID-19.

                            Eu ACUSO a estupidez crassa assumida pela Organização Mundial de Saúde que desde o início teceu elogios cegos e estúpidos à desonestidade e falta de escrúpulos das autoridades chinesas iludindo e tranquilizando a população mundial que supunha estar tudo a correr bem quando a verdade é que não só estava a correr mal como cada dia corria cada vez pior. Como Albert Einstein numa entrevista enunciou “não sei se na realidade o Universo é infinito, mas a estupidez humana de certeza que o é”. E, acrescento eu, a OMS também…

                            Eu ACUSO o primeiro-ministro do país onde vivo como co-responsável pelas mortes ocorridas entre o aparecimento na China do coronavírus em 31 de Dezembro de 2019 e a tardia instituição do Estado de Emergência só em 18 de Março de 2020. Ou sejam  SETENTA  E  NOVE  criminosos dias completamente perdidos culpa a partilhar com a inolvidável Marta Temido a ministra da Saúde que temos (a ministra, não a saúde) que se tivesse sido minimamente competente teria explicado e alertado o Costa para a gravidade do facto importante de já ter sido confirmada entre nós a primeira infecção em dois de Março no Porto já em tratamento no Hospital de São João daquela cidade. Com a mais do que evidente incúria ministerial e a indesculpável apatia dum governo que tem prometido mundos e fundos para amanhã, mas sem nunca especificar o ano da possível concretização chegados somos a registar com os últimos dados disponíveis na data em que escrevo (31 de Março!!!!!!!!) uma hecatombe humana que intencionalmente repetimos de CENTO E SESSENTA MORTOS e 7.443 INFECTADOS no nosso país.

Marta Temido youtube comMarta Temido FOTO: Google Images – http://www.youtube.com

                            Eu ACUSO para que não despontem quaisquer dúvidas toda a tropa fandanga da Seita dos Mal Intencionados (amadores ou profissionais) arrotadores de boatos que conscientemente desde já declaramos que ao contrário de muitos desses políticos que vegetam por aí não somos virtual e conscientemente demagogos e temos uma profunda e visceral repulsa por todas e quaisquer tendências para o Populismo. Duma forma estritamente racional usamos os factos verídicos que justificam os nossos raciocínios. E é bom termos bem presente que nas Redes Sociais nem tudo é lixo, fake news, boatos falsos ou descaradas mentiras. Lembremos uma pergunta que com toda a justiça há meses explodiu no Facebook:

Afinal é para quando? António Costa prometeu em 2015 médicos de família para todos, estabelecendo como meta que, no final de 2016, todos os portugueses teriam acesso a médico de família. Cinco anos depois no dia vinte e quatro de Outubro de 2018 a nova ministra socialista da Saúde, a sempre sorridente Marta Temido, assegurou que “no final do ano de 2018“, 94% dos portugueses terão médico de família”. Sem comentários…

                                    Eu ACUSO outra vez o primeiro-ministro do país onde vivo limitando-me a transcrever as palavras da médica Filipa Bargado, clínica no Hospital Curry Cabral, publicadas no Facebook num vídeo com um desesperado pedido de recolha de materiais como tecido (não tecido com gramagem superior a 70 gramas) campos cirúrgicos e elásticos de 5 milímetros, para que costureiras voluntárias possam iniciar a produção de cógulas, “uma espécie de carapuço que é vestido por cima da máscara e dos óculos e protege os profissionais ao nível da cervical e da face”, para os profissionais de saúde no Curry Cabral. “É muito importante na proteção de quem presta cuidados mais invasivos, como são os casos dos intensivistas, dos infecciologistas e dos internistas”. Concluindo: “Toda a ajuda é pouca” (fim de citação).

A A A A COSTA COMICOAntónio Costa – FOTO: Facebook – Refª 202003311627

Numa entrevista à TVI o mesmíssimo António Costa ao vivo e a cores peremptória e descaradamente declarou: “Até agora não faltou nada e não é previsível que venha a faltar o que quer que seja”. Para logo poucos dias depois numa visita ao Hospital Curry Cabral rebatendo críticas expostas pelo corpo clínico informou que o governo já havia efectuado uma encomenda de 380.482 batas, 549.837 fatos de proteção, 8.113.259 luvas esterilizadas, 10.674.459 luvas não esterilizadas, 368.397 máscaras com viseira, 17.145.762 máscaras cirúrgicas, 8.665.775 máscaras FFP2 e FFP3, 743.575 protetores de calçado e 1.261.492 toucas. Por favor tirem-me deste filme, afinal como é? se num dia não faltava nada nem se esperava que viesse a faltar só por perdulária loucura ou obnubilação alcoólica um governo num desvario despesista gastaria uma pipa de massa com compras logicamente inúteis se já havia de tudo em stock…

Talvez farto de ouvir todos os dias tantas mentiras paridas nas bocas escancaradas duma desavergonhada classe política cada dia mais desprestigiada aos olhos dos portugueses revoltados contra tanto descaramento o Presidente Marcelo (Princípe da Beijoca Repenicada) tenha elegantemente duma forma indireta com maviosa voz e luvas de pelica admoestado o Sahib Costa de que as autoridades têm de falar verdade…

Inferno www ocnoticias com brInferno – FOTO: Google Images -www.ocnoticias.com.br

                            Eu ACUSO o actual governo do mesmo partido socialista que foi responsável por Portugal ter estado por TRÊS VEZES à beira da bancarrota de ter tentado tapar o Sol com a peneira quando “pelo menos 500 máscaras FFP2 com prazo vencido há seis anos foram distribuídas aos profissionais de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Lisboa Ocidental e Oeiras” conforme declarações prestadas por um enfermeiro ao conceituado Jornal Online “OBSERVADOR” o mesmo respeitado órgão de Informação que noutra edição pôs a boca no trombone ao entrevistar vários enfermeiros  que se queixaram que devido a uma real falta de meios de proteção se viram obrigados a levarem para o serviço óculos de mergulho ou de natação para poderem trabalhar na ausência de viseiras que protegem os olhos e de profissionais de saúde que chegaram a ter que enrolar as pernas com sacos de plástico usados nas cozinhas para se deitar o lixo em tentativas extremas para impermeabilizarem as respetivas fardas. Será que nos nossos hospitais deveremos afixar logo à entrada tanto para doentes infectados como para o pessoal clínico que os vai tentar salvar o aviso colocado à porta do Inferno por Dante Alighieri na Divina Comédia (Socialista) “Deixai toda a esperança, Vós que entrais” ??!!?

                                    Eu ACUSO outra vez agora não os bombos da festa do costume (Camarada Costa e camaradinha Temido) mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) que irresponsavelmente em Janeiro de 2020 declarou que investigações laboratoriais feitas por cientistas da República Popular da China não revelaram a existência de qualquer vírus prejudicial para os seres humanos insistindo em Fevereiro quando foram implementadas restrições às viagens aéreas insistindo numa estúpida proteção à China afirmando que proibir as viagens de avião seria SEM  NECESSIDADE um ataque mesquinho uma contra a prática comercial há muito estabelecida e respeitada, norma que por reflexo iria aumentar um clima de medo e de preconceito com poucos ou nenhuns benefícios para a saúde pública. É bom relembrar que a OMS só muito tardiamente aceitou a Pandemia em Março de 2020.

                            Eu ACUSO outra vez (e as muitas mais que forem necessárias) o Partido Comunista Chinês por um total desprezo, inoperância, desonestidade e negligência por toda a população mundial pela forma iníqua como agora deliberadamente escondeu o coronavírus repetindo os crimes contra a Humanidade que já havia perpetrado em 2002 com a epidemia SARS e 2004 com a Gripe das Aves originadas pela cruel e sádica ditadura que desumanamente governa o país.

Jerónimo de Sousa FOTO www jornaldenegocios pt 202003292237Jerónimo de SousaFOTO: Google Images – www.jornaldenegocios.pt – Refª202003292237

Catarina Martins www zap ponto aeiou ponto ptCatarina MartinsFOTO: Google Images – www.aeiou.pt

Mariana Mortágua - FOTO Google Images - www.blastingnews.com - Refª 202003291521Mariana Mortágua – Foto: Google Images – Refª 202003291432

                            Eu ACUSO o enrugado ancião Jerónimo de Sousa Führer do nosso folclórico Partido Comunista Clássico, diferente das diversas versões já desaparecidas graças a Deus (e à CIA) – polaca, alemã oriental, húngara, romena, búlgara, albanesa, espanhola, checa, brasileira, francesa, etc, etc, etc, assim como a rechonchuda Catarina Martins dos Olhos Bonitos detentora do “Prémio Nacional do Mais Perfeito Sorriso de Plástico Português nos anos de 2009 a 2020” actriz-declamadora-empresária-comandante dum ululante microscópico Partido Comunista de Extrema Esquerda em parceria com a lindíssima beleza selvagem da Doutora Mariana Mortágua uma inteligência acutilante mal empregue num grupelho político de comparsas desvairados que berram muito e se cultivam pouco, de serem Três Mosqueteiros cúmplices de passarem a vida a culpar o Capitalismo e a Iniciativa Privada de todos os males da Humanidade desde a queda do cabelo até ao aumento do preço do camarão completamente esquecidos que a implosão do Comunismo no Mundo não foi culpa dos satânicos capitalistas, mas sim dos governos totalitários marxistas não terem permitido a evolução positiva que dá a Liberdade de Pensamento e Expressão reduzindo quem não afinasse pelo Catecismo Oficial à morte lenta pelo frio e pela fome nos vários Gulags onde seres humanos foram tratados de forma igual ou pior de como os nazis exterminaram os judeus, os ciganos e os incapazes.

E fazerem vista grossa de que é a Iniciativa Privada Portuguesa que da noite para o dia começou a combater a pandemia reconvertendo equipamentos para produção em larga escala de gel desinfetante e dos tão necessários respiradores.

Centeno www g1 ponto globo ponto comMário Centeno – Google Images – FOTO: http://www.g1.globo.com – Refª 202003311718726

                            Eu ACUSO Mário Centeno ministro das Finanças do país onde vivo de descaradamente imitando a prática contabilisticamente desonesta do seu predecessor Professor Doutor António de Oliveira Salazar nos Orçamentos do Estado de com a mão direita fascista “dar” mil milhões para as despesas do Serviço Nacional de Saúde e com a esquerda socialista “guardar” trezentos mil na gaveta das “cativações” para sorridente e ufano se poder gabar em Lisboa e Bruxelas de que limpinho sem osso temos as contas em dia até ao último cêntimo graças aos impostos sacados aos tugas pela Quadrilha da Autoridade Tributária. Centeno pode rir de orelha a orelha com o seu estereotipado sorriso à Zé Colmeia. Mas milhares de portugueses choram. Choram a contínua degradação do SNS ao longo da governação de Costa & sus Muchachos. Choram as cirurgias adiadas por falta de cirurgiões. Choram por verem que cada vez existem menos medicamentos comparticipados geralmente os de maior preço de custo. Choram por os Centros de Saúde marcarem as consultas solicitadas para três, seis, nove ou mais meses como pessoalmente me aconteceu que esperei onze até ser vista por médico. Choram os doentes por tantos contratempos. Choram os médicos pelas insustentáveis condições de trabalho e constantes faltas de material de toda a panóplia clínica absolutamente necessária.

A A A A A A GNRGNRFOTO: – Google Images – www.gnr.pt

                            Eu ACUSO a sempre briosa e competente Guarda Nacional Republicana dum não cumprimento imediato das leis do país quando teve que intervir numa missa desafiadoramente ILEGAL ocorrida na Igreja Matriz de Alcochete celebrada pelo padre Ramiro Ferreira a que assistiam onze pessoas numa clara violação ao instituído na legislação que regula o Estado de Emergência Nacional. Conforme notícia publicada no Jornal “O Setubalence” assistiam onze pessoas a esta cerimónia religiosa sendo improcedentes as desculpas do pároco que argumentou existir a distância regulamentar em princípio inibidora dum possível contágio. Desculpamos os agentes talvez não versados nas especificações do Direito. Não o padre infrator cidadão culto e com experiência da vida pois deve conhecer o princípio básico de que “onde a Lei não distingue não deve o infrator distinguir”. Além do péssimo exemplo universalmente dado (difundido nas Redes Sociais) são acontecimentos como este que enlameiam o esforço coletivo que TODOS NÓS estamos a fazer, já ocorridos também em iguais circunstâncias pelo padre da paróquia de Santiago de Cassurrães que celebrou de portas abertas a missa dominical das onze horas com fiéis dentro do templo o que obrigou a Junta de Freguesia a alertar as autoridades municipais que por sua vez solicitaram a intervenção da G.N.R.

Quanto a nós o facto de criticarmos estas inaceitáveis transgressões reside mais na influência nefasta que irão causar em toda a população do país face à incompreensão já reflectida nas Redes Sociais por não ser minimamente aceitável terem já ido presos SETENTA cidadãos portugueses por incumprimentos de muito menos gravidade e dois sacerdotes católicos terem conscientemente violado as medidas do Estado de Emergência Nacional sem qualquer incómodo ou punição.

»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»» ESCLARECIMENTO »»»»»»»»»»»»»»»»»»»»

A presente edição da “Tribuna do Diabo” é deliberadamente de maior dimensão que as habituais devido ao facto de possivelmente a maioria dos nossos estimados Leitores se encontrarem em prisão domiciliária uns em Tele -Trabalho, e outros em Tele – Descanso. Tentaremos aumentar o número de edições com vista a encher o tempo que passamos em casa (sobre)vivendo num estilo completamente diferente daquele a que já com saudades estávamos habituados.

Garantimos a cem por cento que esta mensagem não contém nem beijinhos, nem abraços, nem espirros e que o maldito do vírus não quer nada connosco porque a velhice nos tornou ácidos com pele de rinoceronte.

Vivamos irmãmente mais uma semana o menos má possível e vão lavar as mãos porque o teclado do vosso computador pode estar infetado…

A Equipa Editorial (o mais novo com setenta e muitos e os mais velhos com noventa e poucos)

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Pensamento do Dia

A esperança é o sonho do homem acordado.

Aristóteles

 

Estado de Emergência ou de Consciência?

por Ana Alves Aboím

imagesSagres turisver comPromontório de SagresFOTO: http://www.turisver.com – Refª 202003231651

                    Juro pela saúde do Costa que não vim da Lua, de Júpiter ou muito menos do Bosão de Higgs que é mais longe que o Cabo da Roca ou o Promontório de Sagres. Regressada do Reino Unido desembarquei pacatamente no Aeroporto de Lisboa onde por ser cidadã da União Europeia apenas tive que ir buscar uma mala, sair porta fora e apanhar um táxi que me levasse a casa. Estranhei que ninguém me controlasse se tinha febre ou não ou inquirisse se me sentia bem. Convém notar que o vírus maldito já andava há várias semanas espalhado pelos quatro cantos da Europa e em quase todos os terminais de viagens aéreas já haviam sido tomadas rigorosas medidas para que a pandemia não impunemente alastrasse. No final da tarde me visitou uma amiga que elucidou que o governo estava a estudar quais as medidas mais urgentes que se deveriam tomar. Logo nos rimos relembrando que a pólvora já havia sido descoberta pelos chineses há milhares de anos. Bastava copiar o que já estava em aplicação no estrangeiro e atacar de frente o vírus para mais rapidamente o exterminar. Passaram-se dias e mais dias e só no sábado dia 21 do corrente me telefonaram informando que no Aeroporto tinham acabado de instalar o último modelo de controle das temperaturas de quem entra no nosso país. Como ensinava Anaximandro de Mileto “mais vale tarde que nunca”.

Prisão - FOTO Google Images www cm pt Refª 202003221431 244$20191031142921898736Reclusão impostaFOTO: Google Images –www.cm.p – Refª202003221435/244201198636

                    Uma espécie de cárcere domiciliário com um Regulamento Prisional onde se definem as saídas legalmente permitidas virou do avesso a vida normal dos portugueses motivando uma longa e por vezes fatigante exposição ao país de Sua Excelência o Senhor Presidente da República Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa introdutor entre nós duma nova Política de Proximidade Popular, (PPP) levemente populista, rotulada dum dia para o outro como Pedagogia Directa de Abraços, Beijinhos e Selfies (PDABS) a que também deveríamos adicionar degustações de pastéis de nata na pastelaria da esquina, bicas escaldadas num supermercado qualquer e cálices de Licor Beirão num Centro Comercial mais em voga.

Com o Marialvismo que corre no sangue dos tugas sempre corajosa e heroicamente indisciplinados logo as praias se encheram do snobíssimo Guincho até à nortenha Moledo. Bikinis aos milhares, nádegas aos milhões, óculos de Sol quanto baste e o desfile enchia o areal como um hino à inconsciência, ao saloísmo e à vã vaidade de dar nas vistas nem que seja pelos piores motivos. Intelectuais expressamente respeitados, mais uns pelos outros do que pelo cidadão vulgaris linnaeus, malharam forte e feio nas críticas à quilométrica Lição Magistral do Professor/Presidente argumentando que a mesma teria aumentado o medo, a ansiedade e o desespero da arraia miúda para quem a palavra “Sócrates” jamais é associada ao filósofo grego, mas apenas e só a um antigo primeiro-ministro a contas com a Justiça em geral e mais propriamente com respeitadíssimo Juiz Carlos Alexandre um Homem com agá maiúsculo, fora de série, fora do catálogo e da curva grande.

Se nos afigura que a obrigatória prisão domiciliária é mais do que justificada não por grandes, extensas, profundas e lógicas especulações intelectuais, mas pela estulta burrice congénita minha prima Deolinda (feia como o deus me livre) que saiu de casa para ir jantar com a irmã que veio de França para fugir do appartement de porteira onde vive em Paris num prédio com seis residentes em quarentena obrigatória por estarem infetados!!!!!!!!

Politico portuguesPolítico português – FOTO: Google Images – www. deutschegeheimdienste.de

                    Quando menos se espera sai coelho de toca esquecida. Mal o jantar acabado e quando no ripanço da prisão domiciliária me havia enchido de coragem para ver na TV quantas mortes haviam ocorrido por esse Mundo de Cristo nas últimas vinte e quatro horas me começa o computador a avisar para atender uma ligação via Skype. Para uma videoconferência com o meu velho amigo Toninho das Ladies, alcunha que lhe foi carimbada em Oxford no grupo de portugueses que, in illo tempore, ali se estavam a doutorar para garantirem um futuro desafogadamente melhor. Há séculos que me havia esquecido do Toninho desde que o Guterres, companheiro de missas e devoções várias, lhe tinha arranjado em New York um emprego bem pago numa empresa de Análise Política matéria em que ele é barra internacionalmente reconhecido.

A ser verdade que um bater de asas duma borboleta na Patagónia gera o cataclismo de derreter um iceberg no Polo Sul fiquei a saber depois dos “como estás tu?” que na CIA e outras Agências de Informação se instalou um clima de suspense, confusão e medo por terem descoberto que um político português ainda não identificado havia inundado as Redes Sociais com a tese de que a Pandemia do Coronavirús é da responsabilidade do Capitalismo para produzir um terramoto nas Bolsas Mundiais com vista a criminosas milionárias especulações financeiras. Contactámos vários políticos das nossas relações e o resultado foi zero uma vez que na única foto obtida para se identificar o autor de tal disparate ele teve o cuidado de esconder a cara talvez com vergonha de saber que era motivo de chacota entre os mais conceituados Pensadores de Língua Portuguesa.

Noutra informação posteriormente conseguida surgiu a hipótese de que afinal o deputado em causa havia roubado a ideia à colega Mariana Mortágua do Bloco de Esquerda que desde o Século XVIII culpa o Capitalismo de todos os males e crimes contra a Humanidade desde o aumento do preço do pão-de-Ló até à queda do cabelo que desde há milénios aflige os kamaradas da Extrema-Esquerda-Caviar que andam por aí.

Mas como dizia o Chico Pinguço, um pobre tontinho da aldeia de Revezes de Baixo, “uma desgraça nunca vem só”. E se os políticos são aquilo que são (alguns até são honestos…) corrigindo Shakespeare (Hamlet, Acto um, Cena quatro) “Há algo de podre no reino da Tugalândia”. Onde? Um pouco por todo o lado e até em Cassurrães um pequeno Pueblo no concelho de Mangualde.

Igreja e Cassurrães FOTO wwwflick comIgreja de Santiago de Cassurrães – Google Images – http://www.flick.com

                    Como saiu do nimbo do esquecimento esta modesta aldeia perdida algures no concelho de Mangualde que em 1864 tinha 1.824 habitantes e em 2011 apenas 1.226? Descobriu-se petróleo no seu subsolo? Não! Nasceram seis gémeos duma assentada à Micas Parideira que já tinha sete bocas para alimentar lá em casa?? Não!! Terá sido Cassurrães considerado Património da Humanidade pela UNESCO??? Não !!! O que foi então?

Foi que em pleno Estado de Emergência legalizado pela Assembleia da República e superiormente aprovado por Sua Excelência o Presidente Marcelo o padre Celestino Ferreira, pároco daquela aldeia, violou conscientemente todas as regras de segurança impostas pelo governo e abriu a igreja à população celebrando missa para as fiéis que saíram de casa para satisfazerem essa sua devoção. A pedido de alguns escandalizados residentes a GNR foi chamada a intervir e o padre (conforme Noticiário das Oito da SIC de 22 de Março) depois de debitar urbi et orbi um chorrilho de ideias disparatadas a roçarem a imbecilidade rematou com um argumento que supunha imbativelmente incontroverso “as pessoas precisam de rezar…”.

Tem razão. Carradas de razão. De facto os crentes precisam de rezar. MAS… conforme aprendi na adolescência “pode-se rezar em qualquer lugar, não se pode é fazer intervenções cirúrgicas ao ar livre”. No mesmo dia em que um padre não só violou as leis estabelecidas como afirmou ir voltar a abrir a igreja foram presas sete pessoas por incumprimento e desobediência às forças de segurança. Supomos que o padre Celestino Ferreira não foi detido. Talvez porque em Portugal todos os cidadãos são constitucionalmente iguais perante a Lei, mas alguns são mais iguais do que outros. (obrigado amigo George Orwell).

Terminamos com três frases históricas.

Napoleão III www maquinadesecrever org Refª 202003231435 490314369Napoleão III – FOTO: www.maquinadesecrever.org – Refª 202003231435/490314369

O grande político conhece-se pelo fato de os seus pensamentos viverem depois da sua morte ou da sua derrota.

Será que daqui por trinta ou cinquenta anos alguém saberá quem foi António Costa ?!???!!!

aventurasnahistoria uol com br Refª 202003231429 453129375FOTO: www.aventurasdahistoria.uol.br

Quem pensa pouco, erra muito.

Leonardo da Vinci

Marcelo FOTO www barlavento pt Refª 202003231354 34981496Marcelo Rebelo de Sousa – FOTO: www.barlavento.pt – Refª 202003231354 / 34981496

Nesta guerra    (à pandemia do COVID -19)    ninguém mente a ninguém.

                    Será que raciocinando a contrario sensu quando acabar o Estado de Emergência os políticos, como é costume, já poderão voltar a mentir impunemente outra vez à vontade?

===========    GARANTIA   EDITORIAL    ============

Garantimos que esta edição da “TRIBUNA DO DIABO” é 100% isenta de vírus quer dos amaldiçoados da pandemia em curso quer informáticos porque estamos protegidos pelo melhor antivírus do mercado.

Recomendamos que tenham em atenção dois factores importantes a que deve dar a máxima atenção sete dias por semana, trinta ou trinta e um dias por mês e trezentos e sessenta e cinco ou trezentos e sessenta e seis dias por ano:

Lavar as mãos várias vezes ao dia

Evitar a paranoia de ter medo de tudo até da própria sombra.

E jamais se esqueça que a ESPERANÇA nunca deve ser a última coisa a morrer, mas sim o respirar e nunca se dar por vencido.

Cá estaremos para a semana para que nunca se sinta esquecido, abandonado ou, bem pior, desprezado.

O jovem mais novo da equipa editorial tem setenta e nove anos e o menos novo vai fazer noventa e dois brevemente.

E todos em vez de máscaras oferecem a toda a gente desde que acordam um rasgado sorriso no rosto.

Sorria também…

Alegria


O Futuro começa agora

por Lúcia Loureiro Lopes

IMG_20200308_112117_resized_20200308_115636397AlvercaFOTO: Kristina Kings – International Photographers Association / Verband DeutscherFotografen

                            Pois é. E é mesmo assim. Sem tirar nem pôr. Sou uma pessoa séria, trabalhadora, nunca digo mal de alguém, não ando nas bocas do Mundo nem fui constituída arguida por qualquer bandalheira, vigarice ou roubo. Evidentemente não sou deputada nem filiada em qualquer agremiação pulhítica. Não passo duma ignota dona de casa, professora reformada, conformada, angustiada, acomodada e, como já devem estar a calcular, revoltada desde as unhas dos pés até à Ponta de Sagres. Confesso um terrível defeito. Sou gulosa. Encharco-me em bolos com toneladas de chantilly. E quem diz chantilly diz creme pasteleiro, não sou esquisita, venha o que vier tudo o que vem à rede é peixe. Há recheios de comer e chorar por mais e nunca digo que não a uma mousseline de baunilha, a um bakermix de amêndoa ou de chocolate. Também sou devota dum creme russo bem açucarado e nem vos conto quantos ducheses emborco se vierem recheados com esse tesouro que a besta do Trump nem sabe o que é que são os ovos moles de Aveiro.

Nasci lisboeta ou alfacinha para os mais puristas da Língua e não sei se por defeito de educação ou trauma de infância sempre pensei que o centro do Universo é o Terreiro do Paço e tudo o resto é paisagem. Tirando a nobre cidade de mármore e granito o mais longe que fui foi a Coimbra e passava férias em Sintra que palmilhava sem nunca me cansar de tanta beleza. Motivos pelos quais se cristalizou em mim a errada noção de que a Província que se estende do Algarve a Trás-os-Montes não valia um tostão furado porque tudo quanto nela se pudesse encontrar devia cheirar a mofo por terem parado no Tempo.

Depois que Galileu expeliu aquela ideia de que é a Terra que anda à volta do Sol e bem se lixou por dizer a verdade  havia um dia me calhar que nas voltas da vida depois das dez mil quatrocentas e noventa e nove adversidades com que me brindou talvez, quiçá, numa qualquer manhã de nevoeiro não me aparecesse El Rei Dom Sebastião, mas algo de ignoto e tão bom para que na minha alma resplandecessem hossanas. Costuma-se dizer ser preciso ver para crer. No meu caso, porem, garanto-vos ter sido preciso mastigar para acreditar. Há décadas que me drogo de bolos, pastéis, croissants, patrióticos pastéis de nata, mil folhas de todas as formas e recheios, tarteletes afrancesadas ou canollis italianíssimos rechonchudos com um brasileiríssimo doce de leite. Vai tudo a eito p’rá frente e por bom caminho. Qualquer recheio morre. De coco, framboesas, mirtilos, mesmo de desenjoativo de limão, ganache à vontade ou com um very british marshmallow.

Encharco-me em bolos com toneladas de chantilly e quem diz chantilly diz creme pasteleiro, não sou esquisita, venha o que vier tudo o que vem à rede é peixe. Há recheios de comer e chorar por mais e nunca digo que não a uma mousseline de baunilha, a um bakermix de amêndoa ou de chocolate, como também sou devota dum creme russo bem açucarado. De tudo e com tudo me atestei nas melhores pastelarias da capital do antigo império que se foi e não volta mais. Eram o meu Mundo e muita felicidade me deram. Até que o meu cunhado que, como eu, também sofre do Síndroma da Gulodice Incontrolável me telefonou numa manhã de sábado sem Sol e intimou: arranja-te rapariga que daqui por meia hora vou-te apanhar e convido-te para tomares um pequeno almoço comigo e uma amiga americana que anda por cá de férias numa pastelaria tão nice que nunca pudeste pensar que fosse possível existir no nosso país.

Resumindo e concluindo meia hora depois chegámos a Alverca onde arrumou o carro com relativa facilidade e com voz brincalhona esclareceu: nem vais acreditar no que os teus olhos vão ver. Há um provérbio italiano que ensina “Vedere Napoli e poi morire” ou seja depois de ver Nápoles podemos morrer, pensamento registado por Goethe na sua obra “Viagem à Itália” frase que ressalta que depois de vermos Nápoles já contemplámos tudo quanto de belo se pode ver em toda a nossa vida. Outro ensinamento sobre a mesma cidade confirma que “Em Nápoles qualquer visitante chora duas vezes, quando chega e quando tem que se ir embora”. Alverca foi igual. Chorámos à despedida…

                      IMG_20200308_112205_resized_20200308_115603355Alverca – Vista parcial duma montra com dez metros de comprimento FOTO: Kristina Kings – International Photographers Association / Verband DeutscherFotografen

                            Cinco metros? sete? dez? foram medidos a olho e a olhómetro contámos aí por volta de cinquenta ou mais variedades de Pastelaria de Alta Definição. Há lá de tudo já para não falarmos na Zona do Pão onde encontrámos pelo menos doze variedades. Agradeço que não divulguem, mas belisquei-me para ter a certeza que estava acordada e não a sonhar. Desconheço se a Leitora ou o Leitor também sofrem de Gulodice Congénita que insufla alegria e vontade de viver ou pertencem à Tribo da Tristeza Traumatizante naquela zona populacional que se priva dos pequenos prazeres do dia a dia na vã esperança de chegarem aos cem. Para quê? Para sobreviverem mais alguns meses ligados a uma máquina infernal nos Cuidados Intensivos? Meu Deus, Senhor! Como escreveu o Régio “Não, não vou por aí…”. O mais engraçado é que algumas colegas e amigas minhas que cumpriam religiosamente as regras da Mastigadora Bem Comportada acabaram no deslumbramento dum AVC que, numa imitação do Eclesiastes, lhes pôs uns patins nos pés para virarem cinza, pó e nada na Churrascaria do Alto de S.João. Acredito mais em S.Paulo que na Epístola aos Coríntios dogmaticamente aconselhou “Irmãos comamos e bebamos, pois amanhã morreremos”. Santas e sábias palavras.

IMG_20200308_113251_resized_20200308_115529365(4)Croissant FOTO: Kristina Kings – International Photographers Association / Verband DeutscherFotografen

                          Juro pela saúde do Sahib António Costa que em oitenta e sete anos de prisão maior celular na Penitenciária Terra nunca dei de caras com um tão grande croissant, um bicho aí de um palmo e meio deslumbrantemente recheado com frutos vermelhos caramelizados. E, meus deuses, trinta por cento mais barato que os que compro em Lisboa sem aquela dimensão e recheio. Num relance a montra devia ter à volta de trinta ou mais qualidades e, nem quis acreditar, um croissant com salsicha…

Mas “se nem só de pão vive o homem” – Mateus 4:4 – e as palavras são de Jesus, permito-me escrever que nem só de croissants sobrevive uma pastelaria. Donde os populares donuts que importámos dos Estados Unidos terem levado um toque de imaginação criadora sendo-nos oferecidos numa panóplia de variações como a que abaixo exibimos.

IMG_20200308_112246_resized_20200308_115602591DonutsFOTO: Kristina Kings – International Photographers Association / Verband DeutscherFotografen

                            Destacámos estes, cobertos com chocolate e um bombom no centro por nos parecerem mais tentadores já que como estatísticas internacionais provam o chocolate é no Mundo da Guloseima o rei incontestável de todos os consumidores. As crianças que o digam… No entanto, eu pecadora me confesso, não resisti a degustar dois de morangos e frutos vermelhos reservando as outras variantes para futuros pequenos almoços mal o vírus maldito desapareça e tenhamos novamente permissão para passearmos por onde queremos sem perigo de acabarmos de dieta forçada em quarentena num qualquer hospital à escolha do INEM.

IMG_20200308_112214_resized_20200308_115604233FOTO: Kristina Kings – International Photographers Association  /   Verband DeutscherFotografen

                            Falta-nos falar um pouco de Alverca. Com quem falámos, com quem nos cruzámos, descobrimos uma população que trabalha na capital, mas escolheu a paz, a calma e a placidez de vida numa cidade que dista da empresa de Lisboa onde labutam menos de meia hora conduzindo com calma sem exageros de condução. Convém deixar bem claro que relatámos esta nossa experiência gastronómica sem quaisquer intenções publicitárias. Primeiro porque não é essa a nossa praia. Segundo porque a Pastelaria Moinho d’Água não precisa de anunciar a elevada qualidade dos produtos que fabrica. Enquanto nos deliciávamos com um pantagruélico pequeno almoço a bicha de clientes para serem atendidos ultrapassava os limites da porta de entrada e tinham que pacientemente aguardar na rua. Pensámos que entre quem semanalmente lê a “TRIBUNA DO DIABO” alguém tão ou mais sofredora com o Síndroma da Gulodice Incontrolável gostaria de exultar a experiência que me foi dado viver pelo meu cunhado que conhece uma apreciável parte do Mundo e proclama que em nenhum país, mesmo os maiores e mais importantes, exista uma pastelaria tão grande e com tantas opções de escolha como a que encontramos na famoso Moinho d’Água em Alverca. E se o comestível é supimpa o ambiente não lhe fica atrás.

Alverca                  FOTO: Kristina Kings – International Photographers Association / Verband          DeutscherFotografen

                           Sóbrio, arejado, espaçoso com luz a rodos exibindo uma decoração em estilo escandinavo dir-se-ia estarmos em Copenhague ou Estocolmo, Oslo ou Helsínquia. Fim da linha não sem um grande agradecimento à Kristina Kings, fotógrafa de renome internacional, que de férias por cá teve a gentileza de “bater” algumas fotos para ilustrar o artigo interrompendo uma saboreante mastigação que lhe estava a dar enorme prazer.

Rezemos a todos os deuses de todos os Olimpos de todos os céus para que o mais breve possível no Futuro que começa agora nasça em cada cidade do nosso sempre atrasado país uma pastelaria igual ou melhor que o “Moinho d’Água” de Alverca.

Assim vai o Mundo

por Celina Queiroz Souto Correia

Lotte HotelHotel FOTO: Google Images www.lottehotelseou.com – Refª 202003042237

                            No começo da década oitenta realizou-se na Coreia do Sul, em Seoul, a “VIII Conferência Internacional de Media” onde os mais importantes jornalistas a época apresentaram trabalhos interessantes sobre já estar em execução, ainda que em pequena escala, a Imprensa Digital onde o papel foi inteiramente banido e a capacidade de divulgação se poder fazer não a uma reduzida área nacional, mas instantaneamente para todo o Mundo sem quaisquer fronteiras. Embora na minha modesta função de tradutora tive a ocasião de ouvir conferencistas que em linguagem acessivelmente simples dissertavam sobre as complexidades técnicas desses novos horizontes à escala global. Inesquecível foi a performance do publisher do “New York times” que abriu os trabalhos duma forma tão original que, de imediato, captou a plena atenção da assistência. Depois duma brevíssima apresentação, sou Fulano de tal e trabalho em tal sítio avançou e reproduzo o resto o mais fel possível: “Tenho de vos confessar que a minha primeira impressão de Seoul foi uma tremenda desilusão. Cansado e moído por catorze horas de avião só sonhava com um duche bem quente, uma cama bem fofa e mil sonhos cor de rosa a bailarem num sono profundo. Nada disso. Aproximo-me da Recepção, mostro os documentos identificadores e, quando menos espero, o concierge pede desculpas embrulhadas numa vénia de espinha curvada em arco e diz-me que deve ter havido algum engano porque o meu nome não conta na lista das reservas e como o hotel devido à Conderência  está cheio a cem por cento o melhor seria tomar um táxi e procurar alojamento noutro. Como pertenço àquela geração de nova-yorkinos que nunca aceitam um NÃO por resposta ripostei de imediato: “não é bem assim porque sei de fonte segura que os senhores têm sempre a melhor suite reservada para o vosso presidente”. O funcionário engoliu em seco e confirmou que sim. Foi o que eu quis ouvir. Com voz firme e decidida atirei: “pois fique sabendo que eu telefonei do aeroporto para alertar que amanhã irei entrevistar o presidente e o secretário pediu mil desculpas por não poder transferir  a chamada porque Sua Excelência já se tinha deitado há mais duma hora, pelo que me pode dar a chave da suite porque ele de certeza absoluta ele hoje não vem cá dormir”…

Gargalhada geral e finalizou a sorrir que estava assim tão bem disposto porque a cama era fofa e o duche uma maravilha. Por uma sorte dos diabos me calhou jantar com este jornalista americano no dia seguinte. E ao dar-lhe os parabéns pela brincadeira com que nos tinha divertido na sua intervenção ele explicou-me que este truque não era de sua autoria antes lhe havia sido ensinado na Faculdade de Jornalismo onde tinha estudado. E que o usa muitas vezes porque não há nada melhor para começar assuntos arrevesados que uma boa piada como aperitivo antes do bife duro que lhes vou servir a seguir. Começo, portanto, o artigo de hoje com a “Criação do Mundo”.

Imagens Deus Google Images www opusdei org Refª 202003062133Deus – FOTO: Google Images – www.wikipedia.com -Refª 202003041237

                             Como dizem os livros sagrados “No princípio era o Verbo”. E, suponho eu, antes do princípio era o Nada. Vazio.  Absoluto. Negro. Deus vendo o buracão imensamente infinito que era o Nada decidiu, num final de tarde quando tudo no Paraíso já estava mais calmo e os anjos cansados de tanto descansar foram-se entreter atirando nuvens uns contra os outros, continuar com o seu hobby de estimação que era acabar mais um país que tinha entre mãos para ver se com ele a Europa ficava acabada. Estava Ele a começar e logo a Virgem Maria que já desde a véspera andava com a pulga atrás da orelha decidiu desabafar e com voz chorosa jeremiou: “Algo me parece errado, Senhor Deus, estais fazendo Portugal sem parar e nesse microscópico país estais a colocar o céu mais azul, o mar mais calmo e verde, as nuvens duma brancura virginal, os jardins mais formosos, a serras mais bem delineadas, os rios mais harmoniosos, as mulheres mais belas, os animais mais perfeitos, dizei-me Senhor, se gastais tudo o que há de melhor nesse pequeníssimo país não haverá o perigo de no fim da obra terdes esgotado os stocks do armazém e já não haver nada que preste para os muitos países que ainda vos falta fazer?

Deus olhou Maria olhos nos olhos. Esboçou um ténue ligeiro sorriso. Colocou a mão direita sobre o ombro da Virgem. E com a voz mais caramelizada possível, num tom entre o pedagógico e o trocista, explicou: “espera, Maria, até veres a porcaria de políticos que eu lá vou pôr…”…

Imagens Costa FOTO Google Images wwwexpresso impresa.ptAntónio Costa FOTO: Google Images – Expresso Online – António Sena Goulão – Refª 202003042348

                              Sob a encantadora nobre e agradabilíssima expressão irradiando simpatia para todos os lados do expressivo Ferro Rodrigues o Chefe do Governo António Costa respondendo ao desventurado deputado André Ventura que perante o fraco combate à disseminação da epidemia do Coronavírus teve o desplante de ousar perguntar ao Costa se ele iria demitir Graça Freitas, Directora-Geral de Saúde levou pela frente a despropositada resposta de que “a meio da batalha não se mudam os generais”. Resposta cómica porque se no meio das hostilidades se verifica que o general é incompetente há correr com ele o mais rápido possível para não se perder a guerra. Ora isto, note bem o Leitor, passou-se no dia QUATRO do mês em curso. Como ensinavam os latinos “abysus abissum invocat” que à letra nos dá a ideia de que um abismo chama outro abismo, mas também em análise mais lata uma desgraça chama outra desgraça e na política uma asneira chama outra asneira o que nas tropas fandangas do exército do general Costa tem sido grossa asneira nos dai hoje. Vejamos…

Imagens Shiva Google Images www hipercultura com Refª 202003052147Shiva FOTO: Google Images – www.hipercultura.com – Refª 202003062147

                                    Com aquela certeza que roça a infalibilidade (e às vezes a falta de vergonha também) Costa vinte e quatro horas depois a CINCO do mesmíssimo mês demitiu Henrique Martins responsável pelo Serviço Saúde 24 pelo facto de num pico de consultas 25% não terem podido ser atendidas o que é naturalmente aceitável dado que a estruturas estavam montadas para situações de normalidade e não para a avalanche derivada do pânico despoletado pela rápida disseminação do COVID-19 Made in China. Confirmando o ditado que “quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão” Costa protegido por Shiva a Deusa da Destruição, com o mais desavergonhado truque que se compra por dez euros nas lojas dos indianos escondeu que o verdadeiro culpado pela falência do Sistema Informativo Saúde 24 não foi de maneira alguma o desgraçado do Henrique Martins, mas na realidade e a 100% não o Senhor dos Anéis, mas sim o Senhor das Cativações uma espécie de faz de conta que engavetou no Orçamento do ano passado CATORZE MILHÕES DE EUROS ao supra citado Serviço Informativo cortando-lhe as pernas para não poder andar ou seja impossibilitando a compra de equipamentos indispensáveis e enfermeiros para assegurarem o bom andamento nas necessidades de consulta por parte dos portugueses. Não esquecer que mentir por omissão é tão criminoso como mentir com convicção. É o país que temos. É o povo que somos…

Imagens Constituiçao Google Images www reidoslivros pt Ref^2020030621318Constituição FOTO: Google Images – www.reidos livros.pt – Refª 202003042256

                            Mais uma história cómica. “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”. Assim estipula o Artº 13º da Constituição da República Portuguesa. MAS

Será bem assim ou na Tugalândia seremos todos iguais, mas os tugas com cartão de sócios do Partido Socialista são mais iguais do que os outros?

Porque duvido? Terei sonhado? Bebi um copito a mais ao jantar e já me passei? Ou ouvi no Telejornal e não percebi bem a notícia?

Ou como o outro que já lá vai e não volta de repente acendeu-se a luz na caixinha das asneiras vulgarmente conhecida como cérebro e até assustando o meu marido que estava a cultivar-se assistindo à aula magistral do jogo “Desdentados Football Clube de Tonteiras de Cima” contra o “Sonâmbulos Football Clube de Entusiasmados de Baixo” exclamei “EUREKA” já topei a marosca que afinal não passa de tudo cada vez mais na mesma. Onde é que eu já vi esta cara? Memória estuporada que me falha quando eu mais preciso dela. Três minutos? Cinco? Sete? Mais ou menos. Clarinho como a água das fontes o frontispício do artista regressou dos escombros do cemitério dos esquecidos ressuscitando como um Lázaro amigo do Costa. “Eisi-o”…

Imagens Medina Google Images www poligrafo ponto sapo ponto pt Refª 202003052243Fernando Medina – FOTO: Google Images – http://www.sapo.pt – Refª 202003052243

                            Ao vivo e a cores ecce homo: Mister Fernando de Medina Maciel Almeida Correia de sua graça (e quem sabe, talvez de nossa desgraça…) um tripeiro de gema com uns lindos e promissores quarenta e sete aninhos a fazer já no próximo dia dez (a “Tribuna” apresenta antecipadamente uns sinceros Parabéns) é um brilhante economista, foi deputado durante o governo desse modelo de virtudes, lisura e honradez que foi Dominum Josephum Socrates Caesar Augustus (Augusto Imperador José Sócrates) cargo em que deve ter aprendido umas coisitas sobre a nossa Democracia à Portuguesa, um exemplar e maravilhoso regime político 100% isento de Corrupção, Nepotismo quanto baste, Escândalos em série e Vigarices várias.

Ora o nosso adorado presidente (da Câmara por enquanto) ao reler o Artigo 13º da Constituição lembrou-se de lhe introduzir uns floreados talvez para arreliar o Marquês que congeminou a Baixa e vai daí aos pois decidiu que a “Igualdade” é um conceito abstrato filosoficamente discutível e adaptável às circunstâncias. Assim sendo a Câmara Municipal de Lisboa desarrincou esta notável ideia. Se o Leitor estiver em pé o melhor é sentar-se não lhe vá dar uma tremidinha qualquer e ficar quatro horas e meia à espera que o INEM o venha assistir. Em breve os automóveis da UBER que não têm mais de CINCO anos se não forem eléctricos ficam expressamente proibidos de circular na Baixa Pombalina. Já os táxis a diesel (ultra-poluentíssimos) alguns do século XVIII mais velhos que Matusalém estão autorizados a circular e poluir a seu bel prazer. Ora como com as centenas de italianos, chineses e alemães cheio de euros na carteira e generosas reservas de coronavírus no sangue que todos os dias desembarcam na Portela sem o mínimo controle sanitário a Baixa se passou a designar “Região Autónoma da Turistagem Gastadora” e como essa elite gosta de passear vai ser um maná para os táxis a diesel a cair da tripeça mais velhos que o Deus me livre e cruzes na boca para a rapaziada da Uber que fica a chuchar no dedo. Se estivéssemos em Itália perguntaríamos “é a Mafia que vai ganhar com esta desavergonhada negociata?”.

Como (sobre)vivemos não na bíblica “Terra onde corre o leite e o mel”, mas no “Reino da Piolheira Invejosa” podemos ficar descansados que tudo é legal e ninguém leva a mal. Eu, como os espanhóis, não acredito em bruxas, mas que algum sucialista se está a governar ai está, está, está, está, está, está, está, está, está, está, está, está com toda a certeza”. Assim vai o Mundo

=================== ÚLTIMA HORA  =================

Imagens Campo da Cebolas FOTO Google Images www nit ponto pr travessao outoftownCampo das Cebolas Gravura –Registo: http://www.nit.pt/outoftown

                            Para se evitarem quaisquer mal-entendidos desejamos esclarecer desde já que somos contra toda e qualquer forma de Racismo recusando circunscrever o fenómeno aos debates que limitam uma mais ampla visão dessa tragédia humana ao caso português e ao debate localizado na Época Colonial originada pelas Descobertas de novas terras e gentes consequência directa das corajosas viagens marítimas com que contribuímos para uma mais completa visão dos mares existentes no nosso planeta.

Convém especificar que a Escravatura não foi nem é um simples crime cometido pelo povo português, uma visão restritiva e míope dum problema grave que com acutilante sentido de Justiça deve e tem que ser encarado como uma nauseante Vergonha para a Humanidade. Numa perspectiva justa debruçando-nos sobre a estratificação populacional que no século um antes de Cristo no Império Romano aponta para uma variação volumétrica duma repartição de trinta a quarenta por cento de escravos em Itália com cinco milhões de seres humanos totalmente privados não só de Liberdade como, bem pior, de quaisquer vestígios de Dignidade Humana

Nessa estrutura social o escravo para além da força de trabalho que representava era um “bem” transacionado como uma simples mercadoria. O seu valor cotava-se pela especialização compartimentada em sectores tais como os rurais, os trabalhadores nas minas (o mais doloroso e desgastante de todos) os citadinos (serviços domésticos de variadas naturezas) e os pertencentes ao Estado que supriam a necessidades realizando tarefas de interesse geral a que os serviços públicos estavam obrigados, estradas, manutenção de prédios, limpezas de ruas, mercados, jardins, etc. Como nota de rodapé as escravas eram obrigadas à prostituição (doméstica ou pública) como ficou bem documentado nos frescos ainda hoje visíveis no lupanar de Pompeia.

A evolução social foi alterando as mentalidades em todos os campos e em 12 de fevereiro de 1761 surgiu uma primeira tentativa de abolição da escravatura pela mão do Marquês de Pombal a qual só afectava o tráfico de escravos mantendo-se legal a condição de escravo. No início do século XIX em Portugal de mãos dadas com a Grã-Bretanha foi proibido o comércio de escravos e em 1854 foram libertados a maior parte dos escravos que ainda existiam na metrópole culminando por decreto de 25 de fevereiro de 1869 a abolição total e definitiva da escravatura em Portugal.

A escravatura foi sem a mais pequena parcela de dúvida uma mentalidade bárbara, condenável, repugnante. No entanto a tentativas de atribuírem só aos portugueses este miserável estado de coisas peca pela injustiça de nos definir como os criadores duma moldura social completamente inaceitável quando pela dinâmica da História fomos “engolidos” por um simulacro de globalização mercantil que possivelmente merecerá daqui por três séculos a condenação duma Economia controladamente algemada a uma globalização dominada pelas multinacionais em que há empresas (e a nossa GALP em Espanha é um exemplo) em que aos funcionários descontam no vencimento o tempo consumido para fumar um cigarro, ir à casa de banho, tomar um café.

Repisar no século XXI o mantra dos crimes da Escravatura e do Colonialismo é alimentar ódios inúteis que por reflexo conduzem à alimentação de sectores da população que ainda têm mentalidade racista, xenófoba e caceteira. A grande batalha contra estes desvios irracionais deve ser, assim pensamos, por debates onde uma lúcida e independente exposição de argumentos se sobreponha à direção única do “Contra” alimento do Populismo, da Demagogia e da inquinação da História.

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Escravatura Socialista

por Lúcia Lima Lobo

A A A A A A A A A A A A A A A Imagens Zenha www wikipedia orgZenha – FOTO: Google Images – www.wikipedia.org – 202003011426

Assunto I

Em louvor do Socialismo

                                    Socialismo democrático é uma orientação política que propõe a criação de uma economia democrática descentralizada, empreendida por e para cidadãos conscientes de seus direitos políticos em um regime de democracia política. O socialismo democrático surge em oposição a outras correntes que defendem o autoritarismo, totalitarismo partidário e outros métodos forçosos como meio de transição para o socialismo. Atualmente, a expressão “socialismo democrático” é usada para distinguir os socialistas favoráveis a um movimento espontâneo ou a uma mudança gradual em vez de uma revolução organizada e dirigida por uma vanguarda global (leninismo) que operaria com bases no centralismo democrático. Os primeiros socialistas modernos eram os críticos sociais ocidentais do início do século XIX. Nesse período, o socialismo emergiu de uma combinação de doutrinas e experimentos sociais associados primariamente com pensadores franceses e britânicos – especialmente Robert Owen, Charles Fourier, Pierre-Joseph Proudhon, Louis Blanc e o Conde de Saint-Simon. Esses críticos sociais criticaram os excessos de pobreza e desigualdade da Revolução Industrial, e defendiam reformas como a distribuição igualitária de riquezas e a transformação da sociedade em pequenas comunidades nas quais a propriedade privada seria abolida. Apresentando princípios para a reorganização da sociedade por linhas coletivistas, Saint-Simon e Owen queriam criar o socialismo nas bases de comunidades planejadas (utópicas) cf. Wikipedia.

Salta à vista e quem quiser ver, e só um cego não vê, que o Socialismo foi pensado, experimentado, implementado, vivido na base de princípios nobres, elevados, integralmente baseado no pleno respeito da Dignidade Humana. Semeado nos países nórdicos erradicou para sempre monarquias absolutistas, cresceu acompanhando os novos ventos da História, sobreviveu às tentações das arquiteturas ditatoriais do Nazismo e vive pujante em países como a Suécia e a Dinamarca que para que todos os cidadãos possam comer frutas directamente dos ramos iniciou a plantação em larga escala de árvores frutíferas nas cidades mais importantes

Respeitamos integralmente o velho princípio de que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”. Compreendemos que a experiência portuguesa parida no 25 de Abril não nos iria conduzir, em Portugal, do quase meio século da Noite de Trevas do Obscurantismo Salazarista para os alvores duma Democracia Plena nos primeiros tempos da transição entre dois tão antagónicos regimes políticos. Se os primeiros responsáveis tivessem a bússola político-intelectual virada para lutarem pelo nascimento entre nós de governos que acabassem com a pobreza e pusessem um ponto final na desigualdade não teríamos caído num pântano socialista que nos arrastou para as margens da bancarrota e esmolou a Troika. Não será exagero afirmar que o falhanço do Socialismo à Portuguesa criou raízes de ervas daninhas pela nossa infelicidade duma nefasta trindade: Mário Soares, um demagogo, José Sócrates um aproveitador de honestidade discutível, António Costa um populista de terceira categoria. Sonhámos com um regime de homens honestos acima de qualquer suspeita. Vivemos numa amarga incerteza no dia de amanhã estrangulados por um Nepotismo duma agremiação mais empenhada em distribuir tachos e penachos aos seus associados, boys e girls numa pérfida igualdade de géneros de mãos dadas com uma Corrupção IMPUNE que envenena a Economia e atrasa o Progresso. Traído pelas iniciais vertigens socialistas foi engolido e neutralizado um homem de bem, idealista e honesto, hoje de todo esquecido pelos camaradas de partido: Francisco Salgado Zenha.

Assunto II

Em vez da Dignidade a Miséria

A A A A A A A A A A A A A A A Imagens Mendigos FOTO www gazetadopovo com brMiséria – FOTO: wwwgazetadopovo.com. br

                                    A caminho de casa passo todos os dias duas vezes, à ida e à volta, pelo McDonald’s da Avenida de Roma. Por uma questão de pudor, melhor será escrever “vergonha”, não fotografei os desinfelizes que sentados na borda do passeio esperam de telemóvel em riste uma salvadora chamada para encomendar um hamburger ou uma salada, uma bebida ou uma sobremesa. Ontem contei doze. Mas já contei dezoito. São portugueses cuja profissão, será a designação correcta?, é a de transportarem refeições por conta de várias empresas, na maioria ligadas a multinacionais, que fazem a encomenda e os incumbe de as levarem “quentes” até ao destino final.

A primeira vez que fui aos Estados Unidos em serviço, mais propriamente a Washington, para um estágio no State Department, foi em 1945 finda a Segunda Guerra Mundial ainda solteira e boa rapariga. Confesso-vos que não sou grande admiradora daquele país. Não por qualquer preconceito político ou ideológico. Mas na realidade pelas primeiras impressões que me “envenenaram” com a contemplação directa do american way of life. Primeiro choque. Vou jantar a casa dum antigo embaixador reformado e a filha no meio da conversa informa os pais de que conheceu um rapaz com quem começou uma relação séria com vista a um possível casamento. Alguns segundos de embaraçoso silêncio e a mãe num tom de voz de acusador público num julgamento passível de sentença de pena de morte intempestivamente pergunta “quanto é que ele ganha por ano?”. Baldou-se para a profissão, esteve-se nas tintas para o percurso académico, não lhe interessava o carácter, os sonhos, se queria filhos ou não e por aí adiante. Nos meses que lá vivi verifiquei que o dólar tem prioridade e supremacia absoluta sobre os sentimentos e idiossincrasia dos seres humanos que vivem naquele poderoso país. Um milionário pode ser despótico para com os subordinados que com ele trabalham, mas se “faz” fortunas como Jeff Bezos que “faz” cento e dezasseis milhões de dólares por ano ou Mark Zuckerberg do Facebook que também “faz” uma pipa de milhões no mesmo espaço de tempo é idolatrado. Mas um trabalhador em profissão no fundo da escala que trabalha muito, mas pouco ganha é um “looser”, um pé rapado, um falhado, um ser humano de quinta categoria que não tem o respeito de alguém.

Meses passados fui ampliando a minha rede de contactos e confirmei que o sonho americano acaba por dividir as pessoas em “tycoons” os multimilionários que vivem num altar de popular adoração e os falhados que sobrevivem em profissões mal pagas e levam vidas caninas de apertar o cinto. Nas voltas do estágio me convidou um amigo a visitar uma modesta fábrica de artigos de desporto. E foi na secção que produzia bolas de golf que me surgiu algo que até então totalmente desconhecia: o “piece work”. Numa sala enorme um batalhão de operárias manobrava umas pequenas máquinas que para um tapete rolante “cuspiam” as bolas acabadas de fazer. Perguntei ao encarregado que me acompanhava na visita qual era o salário daquelas trabalhadoras. A resposta foi imediata e surpreendente: “Depende…”. Depende? Não percebi porque, cidadã dum Portugal atrasado na área fabril, não digeri o tal para mim confuso “depende”. A explicação não me pôs os cabelos em pé porque usava laca. As “escravas” ganhavam “à peça” a tantos cêntimos cada bola. Faziam duzentas por dia e o salário mal dava para cem gramas de carne. Se conseguissem mil jantariam melhor. Idealizei a imagem da cenoura suspensa diante do focinho do burro que por mais rápido que andasse nunca a conseguiria trincar. Uma desumanidade…

A A A A A A A A A A A A A A A Uber entregando www actu fr normandie cherbourgEstafetas FOTO: Google Images – http://www.actu.fr/normandie/cherbourg

                                    Esta é a imagem dum estafeta francês a entregar uma refeição “quente” a uma cliente que a encomendou por telemóvel. Não sei qual é o regime legal que em França regula esta biotipologia laboral. Por cá perguntei. E pasmei. Os “trabalhadores” que passam horas “mendigando” pelo “trabalho” de terem que ir levar uma refeição “quente” a uma determinada morada não têm ordenado fixo. Ganham à peça. Regressei a 1945 aos States e à desumanidade do “piece work”, à nova escravatura travestida de emprego. Em vez de progredirmos recuamos. Não têm salário fixo. Não têm nada que se assemelhe a um emprego. Passam horas sentados na beira do passeio na esperança duma esmola para ganharem uma miséria. Meti conversa. Fiquei a saber que toda a parafernália é por conta deles: bicicleta, motocicleta, gasolina, seguros, etc é encargo seu. Os ganhos oscilam entre um euro e meio e três euros e noventa. Dependem da distância a percorrer. E gorjetas? Perguntei. “Depende”. Uns dão, a maioria só verbalmente agradece. Vidas de cão. Mas é o que há. Lastimam. Se o Leitor reside em Lisboa pode ir ver com os seus próprios olhos e confirmar o que acabou de ler.

Bolsa de Turismo de Lisboa 2019

Ana Mendes Godinho – Uma lufada de ar frescoFOTO: Google Images – http://www.jn.pt

Alerto Ana Mendes Godinho, Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (que felizmente, graças a Deus, parece estar cheia de vontade para fazer algumas coisas…) cujo edifício do seu ministério, na Praça de Londres, fica a meia dúzia de passos do McDonald’s para tomar conhecimento DIRECTO do que se está a passar. Bom será que um dia, quando? por lá passe e meta conversa para se inteirar de tão vergonhosa injustiça. Ou só falam com o povo nas arruadas das campanhas eleitorais??? Ou será que vamos continuar a assistir à pobreza e desigualdade desta tão humilhante como desumana Escravatura Socialista ?!?!????????????????